Minicursos



Os minicursos ocorrerão na terça-feira (03) e quarta-feira (04) das 19 às 21h:30min. 
As inscrições serão realizadas presencialmente no credenciamento.


MINICURSO  01
O uso das HQs e suas adaptações como forma de empoderamento de minorias na sociedade
Rhuann Rodrigo Oliveira de Freitas, Juan Stephaniê Leal Araujo

O uso das HQs tem sido utilizadas como forma de reprodução social contemporânea desde final do sec XIX, essa reprodução ao longo dos anos foi utilizada de forma onde as minorias sociais eram representadas de forma caricata e estereotipada, porém dentro dessa reprodução social houve criações que, mesmo com limitações de suas épocas, foram de grande importância para uma representatividade social. Hoje no auge das adaptações de obras de HQs voltam a ser discutidos temas importantes para representatividade de minorias, sejam elas LGBT, negros, mulheres, etc. Utilizando de personagens e arcos no decorrer do tempo, pretende-se mostrar o quanto foi importante e ainda é a criação dessas obras para a conscientização social e o empoderamento daqueles que são colocados a margem da sociedade.

MINICURSO  02
O Fantástico na Literatura Pernambucana
Prof. Dr. João Batista Pereira (UFRPE)

A literatura brasileira nasceu marcada por uma visão da realidade pautada pelo excesso, condicionada por uma transfiguração mitológica e exuberante da natureza. Essa apreensão deformada da existência encontrou singular ressonância no Nordeste, notadamente, em Pernambuco, lugar onde a representação fantástica de mundo se concretizaria por meio de experiências que nasceriam da hibridação entre o real e as diversas manifestações do insólito. Literariamente, esse registro se daria quase sempre sob um matiz realista da vida, de forte e acentuado cunho mimético, aliado às marcas de uma expressão regional que enveredou por reflexões políticas, sociais, folclóricas e lendárias A permanência desses contornos no imaginário social de Recife, vinculado ao quinhão de misticismo e às assombrações que assediam seus habitantes, se configura como o propósito deste minicurso: revisitar as obras que espelham a face mais conhecida do fantástico em Pernambuco: A emparedada da Rua Nova, de Carneiro Vilela, Assombrações do Recife Velho, de Gilberto Freyre, e, O lobisomem da porteira velha e O cara de fogo, de Jayme Griz.

 MINICURSO  03
Literatura e mágica: uma aproximação
Raul da Rocha Colaço

Através de textos literários e de outros instrumentos (a saber: pinturas, programas e séries de TV, documentários, entre outros), busca-se avizinhar duas performances distintas, a do escritor e a do mágico, detendo-se em um traço comum a ambos: a surpresa. É por meio da literatura comparada que esse projeto se tornará possível, aproveitando-se as contribuições dos seguintes autores: de Marcel Mauss (1979) e de Mickael Marvey (2016), no que contempla as investigações sobre magia e mágica, respectivamente; de Rosalba Campra (2016), no que abarca a literatura fantástica; e de Ricardo Piglia (2000) e de Julio Cortázar ([s/d]) no que concerne ao conto. Como resultado, pode-se indicar que tanto o mago/mágico, quanto o escritor são figuras que, ao longo do(s) tempo(s), serão marginalizadas pelos poderes dominantes, seja pela postura contestadora de ordens instauradas que exercem, seja pela essencial função de trazer à tona o teatro de guerra.

MINICURSO  04
Ficção histórica brasileira pós-ditadura militar
Profª. Drª. Sherry Morgana Justino de Almeida (UFRPE)

Ao considerar a dificuldade de se pensar a possibilidade de existência de uma identidade coletiva em meio à condição fragmentária e individualizante do homem pós-moderno, somos tentados a tomar como inviável a escritura de obras ficcionais que venham a pensar uma identidade nacional de um povo no fim do século XX. Além disso, quando se percebe que tais obras, costumeiramente chamadas pela crítica literária de romaces históricos, tendem a se constituir, na realização formal, narrativas extensas que exigem um debruçamento de leitura mais lenta por parte do leitor, novamente tendemos a descrer, a priori, na viabilidade de criação dessas narrativas, posto que o perfil do leitor contemporâneo, de modo geral, mostra-se avesso aos longos textos. Entretanto, o que se observa é que, mesmo se insurgindo contra a tendência contemporânea do imediatismo e rápido consumo da informação e contra a consciência de que o processo identitário do homem pós-moderno é oscilante e individualizante, romances históricos nacionais fizeram parte do projeto estético de alguns autores brasileiros. Sendo assim, este curso pretende mostrar leituras críticas de obras da literatura brasileira publicadas na década de 80 do século XX, período pós-ditadura militar. Nesse período da chamada abertura política, alguns escritores brasileiros optaram por reescrever parte da história brasileira em seu universo ficcional, por isso intenta-se neste curso apresentar análises desses romances, quiçá os mais importantes do período destacado, a saber: A república dos sonhos, de Nélida Piñon, Tocaia Grande, de Jorge Amado, e Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro – curiosamente, todos publicados em 1984 – em busca de entender possíveis construções de representação do ser brasileiro, bem como compreender como se configuram esteticamente tanto dentro do projeto literário de cada escritor, quanto em relação ao conjunto de obras da literatura brasileira do período. Em outras palavras, busca-se construir uma análise que compreenda essas obras naquilo que respondem a uma representação de uma identidade nacional brasileira e, também, no que podem significar da cosmovisão do autor. Para tanto, como fundamentação teórica inicial, recorreremos ao pensamento de autores como Antonio Candido, Roberto Schwartz, Leyla Perrone-Moisés, Ana Pizarro, Zilá Bernd, Doris Sommer, Silviano Santiago, Angel Rama, Edward Said e Stuart Hall.

MINICURSO  05
O microconto e a sala de aula: a reinvenção do narrar
Yasmin Maria Macedo Torres Galindo (UFRPE)

Buscamos propor o trabalho de conhecimento da potência linguística criativa, fincada na literariedade, até seu ponto de tensão máximo: O microconto. A partir das narrativas hiperbreves, e assumindo a proposta bakhtiniana (cf. BAKHTIN, 1997), trabalharemos as constituintes de narrativas, pois no microconto ou miniconto estão a totalidade, a narratividade e, em linhas gerais, o exercício do essencial ao se contar alguma coisa na ordem do narrar. Com a proposta, voltada, pensada e já executada em sala de aula, buscamos o encontro com o prazer de escrever. Os microcontos reinventam e reestruturam a forma de fazer literatura, principalmente na época da rapidez e da síntese. Apoiar-nos-emos na Literatura Fantástica (cf. TODOROV, 1980) e seus gêneros intrínsecos (fantástico, maravilhoso e estranho) para dar vasão e pano de fundo a nossa oficina de elaboração literária que busca enveredar-se, sobretudo, na potência criativa que nos será estimulada e na técnica literária que vem casar-se para um bom resultado que revela o deixar-se dominar pela literatura e suas proposições. Uma narrativa que se mostra extremamente concisa e sintética, não denota falta de conteúdo, inclusive, deveras vezes o alarga, não é sinônimo de leitura e escritura fácil, mas de trabalho sobre a tipologia textual. Diante disso, o microconto é capaz de estimular a reflexão com seus inúmeros possíveis subtextos, a criatividade com suas reviravoltas e surpresas latentes e causar fascinação nos curiosos, tanto leitores quanto escritores.

 MINICURSO  06
Introdução a Gramática da Libras: Conhecer para entender uma língua diferente.
Profª. Leane Cordeiro, Profª. Mirelly Lucena, Profª. Janaina Alencar

A língua é convencionada como conjunto de regras e signos abstratos, condicionados à fala ou aos sinais, essencial às práticas sociais de uma comunidade linguística. A partir dessa concepção, definiu-se como LIBRAS, ou seja, a língua de sinais, primordial para as práticas sociais da comunidade surda brasileira. Para que se possa fundamentar uma língua é necessário instituir uma gramática sistematizada que defina todos os mecanismos necessários para regulação da língua. Assim como a gramática convencional é entendida como conjunto de regras necessárias que o indivíduo deva seguir na estruturação de textos, tais como: morfologia, sintaxe, coesão e coerência, acrescentando nesse repertório à fonologia, a semântica e a pragmática, a gramática da LIBRAS, também, possui regras para estruturação de textos, similares e contrastiva com a gramática da Língua Portuguesa, relacionadas à morfologia, coesão, coerência e semântica, conforme afirma (QUADROS, 2007). A língua de sinais é uma língua espacial-visual e existem muitas formas criativas de explorá-la - Configurações de mão, movimentos, expressões faciais gramaticais, localizações, movimentos do corpo, espaço de sinalização, classificadores são alguns dos recursos discursivos que tal língua oferece para serem explorados durante o desenvolvimento da criança surda e que devem ser vivenciados para um processo de alfabetização com êxito. (QUADROS, 2007). Embora haja “algumas diferenças” entre a Língua Portuguesa e a Língua de Sinais, essas não impedem que o surdo se aproprie da leitura e escrita. Para isso, caberá ao professor / mediador ser a ponte entre esses dois mundos, através de estratégias metodológicas que eliminem as barreiras na comunicação e aprendizagem, e por oportuno, proporcionar a essa comunidade a verdadeira integração no sistema educacional. Outra questão que deve ser levada em consideração para o sucesso de escrita é que, tanto o aluno ouvinte quanto o aluno surdo, depende por sobremaneira dos inputs a que estão expostos, pois esse sucesso está intrinsecamente atrelado às experiências e aos conhecimentos prévios, ou seja, a visão de mundo introspectivo a cada participante. (BRASIL, 2002). Para o surdo ter um bom domínio da Língua Portuguesa é recomendável que, primeiramente, ele domine sua língua materna (L1), que, no caso em discussão, é a LIBRAS, acrescida a isso, ele poderá ser inserido no processo de aquisição da segunda língua, correlacionada a Gramática dos ouvintes.


MINICURSO  07
Aspectos morfossintáticos de crioulos de base lexical portuguesa
Profª. Drª. Claudia Roberta Tavares Silva (UFRPE)

O minicurso tem o objetivo de abordar a morfossintaxe de crioulos de base lexical portuguesa falados na África, a saber: o caboverdiano, o santomé e o guineense, tomando por base, por exemplo, o paradigma de flexão verbal e pronominal, a ordem de palavras e a concordância. Ademais, questões relativas à constituição sociohistórica desses crioulos serão trabalhadas. Em linhas gerais, espera-se: (a) comparar esses crioulos, apontando para semelhanças e diferenças entre eles, (b) difundir os estudos que vêm sendo desenvolvidos sobre essas línguas ainda tão pouco pesquisadas no Brasil e (c) despertar o interesse do público pela área de investigação.


MINICURSO  08
Literatura Cartonera e Multiletramentos
Lorena Félix de Andrade (UFRPE)

A oficina tem como proposta incentivar o público participante a produção de livros artesanais, em que será utilizada a técnica da cartonaria que visa a reutilização de materiais recicláveis, primordialmente, o papelão. A oficina se vale de várias técnicas de produção artesanal, tais como: stencil, costura, pintura, colagem, tendo como principal objetivo proporcionar uma experiência lúdica e ativa na construção do saber que se baseia num modo alternativo de publicar livros com baixo custo. Além disso, pretende-se possibilitar outro tipo de leitura sobre a dimensão do saber acadêmico, alinhado ao saber prático e à cultura local.

OBS: Levar gravuras para ornamento de seus respectivos cadernos de cartonaria.


MINICURSO  09
Práticas pedagógicas libertárias: como criar uma aula sem reforçar padrões dominantes?
Ailton Gomes da Silva Júnior (UFRPE)

Frente aos retrocessos que andam permeando o sistema educacional brasileiro, é de extrema urgência refletir como a ação do professor enquanto mediador do conhecimento em sala de aula pode mudar essa situação de forma sutil, transformando o ambiente escolar. Nesse sentido, esse minicurso se propõe a pensar em estratégias didáticas libertárias, a partir dos conceitos da feminista americana negra bell hooks sobre pedagogia engajada. Se utilizando da literatura enquanto um instrumento de transformação, utilizaremos também ideias propostas pelo crítico paulista Antônio Cândido. Com isso, teremos momentos tanto de teoria, com a exposição dessas ideias, e de prática, com dinâmicas/roda de diálogo em sala e o ensinamento de como construir um projeto didático-pedagógico libertário.


MINICURSO  10
Livros didáticos de Português em questão: a escolha, o uso e a formação do professor
Profª. Drª. Hérica Karina Cavalcanti de Lima (UFRPE), Profª. Drª. Maria Shenia Bezerra da Silva

O livro didático é considerado praticamente o único meio de acesso à cultura letrada por parte de muitos alunos brasileiros (BATISTA, 1999). Por esse e por outros motivos, no ensino brasileiro, o livro didático tem um importante papel no processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa, por ser nele e/ou a partir dele que se desenvolvem muitas das atividades de leitura, escrita, oralidade e análise linguística. Sendo assim, torna-se importante refletir sobre o livro didático de português como um objeto multifacetado, que se encontra entre questões pedagógicas, mercadológicas e políticas e que está nas salas de aula brasileiras como material a ser consumido. Para tanto, propomos o minicurso Livros didáticos de Português em questão: a escolha, o uso e a formação do professor, voltado para graduandos de Letras e Pedagogia e para professores da Educação Básica. Esse minicurso fará reflexões sobre o livro didático no contexto do ensino brasileiro, sobre o PNLD e os critérios de escolha, sobre os usos que dele são feitos e sobre as implicações dessas discussões na formação do professor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário